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O Estágio do Espelho na formação da função do sujeito começou a ser abardado por Lacan no Congresso Psicanalítico Internacional em 1936 (onde não foi muito aceito) e foi se converter em clássico em 1949 quando assumiu sua versão definitiva. Foi incluído nos "Ecrits" de 1966 com o título original de "Le stade du mirroir comme formateur de la fonction du Je telle qu´elle nous est revélée dans l´expérience psychanalytique".
Lacan parte de um fato observado na psicologia comparada: o bebê, ao redor dos seis meses, reage jubilosamente diante da percepção de sua própria imagem refletida no espelho. Esta reação contrasta com a indiferença que outros mamíferos demonstram ante seu reflexo especular.
A que se deve esta resposta? Que consequências tem no desenvolvimento psíquico do ser humano? Em torno destas perguntas, Lacan desenvolve uma teoria sobre o narcisismo e a identificação primordial.
Na minha opinião, este tema constitui uma das contribuições mais destacadas da teoria lacaniana, pois encara o estudo do fenômeno narcisista de uma perspectiva original. Em sua formulação se conjugam, de maneira ajustada, fatos de observação clínica, conceptualizações de nível teórico e de um modo muito profundo de entender as relações do homem, não somente com a mãe, mas também com o contexto cultural em que vive.
Lacan ensina que o ser humano tem uma representação fantasmática do corpo, na qual este aparece fragmentado. A imago de seu esquema corporal fragmentado continua a se expressar durante a vida adulta nos sonhos, delírios e processos alucinatórios. Concebe seu corpo como quebrado ou sujeito a se partir em pedaços. Sinal de imaturidade? De prematuridade? resultado das vivências relacionadas à incoordenação motora, própria dos primeiros meses de vida?Imago arcaica compartilhada por todos os homens, em todas as culturas? Mito? Lacan recorre a todas estas explicações, em diferentes momentos, para explicar um fato de inquestionável verificação clínica.
A imagem de seu

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