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Desde sempre a humanidade se atormenta com as clássicas indagações pra as quais não houve e ainda não há respostas satisfatórias: de onde, por que e para quê viemos? Para onde vamos?
Diante dos fenômenos da vida que lhe eram totalmente inexplicáveis, a criativa imaginação do homem primitivo atribuiu a autoria e o comando do universo, bem como sua própria existência nele, a fantásticas criaturas, a entidades sobrenaturais (a que futuramente se chamariam mitos).
Entre nós, é claro que os primitivos habitantes das terras que posteriormente se denominariam brasileiras, quais sejam, os índios, também daquele modo agiram ao se defrontar com o mesmo drama existencial.
Destarte, a exemplo de outros povos, também eles povoaram as matas, os rios, as montanhas, o mundo, com entes sobrenaturais, dando nascimento, assim, aos mitos brasileiros (juntamente com as duas outras culturas que depois formariam a brasileira).
O chamado pensamento mítico representaria, então, o estágio infantil da mentalidade humana na sua sempre ascensional trajetória evolutiva.
Lévi-Strauss, no entanto, em “O Pensamento Selvagem”, delineou uma “analogia formal” entre o pensamento mítico e o pensamento científico, argumentando que aquele seria a “metafórica expressão” deste. A civilização, desse modo, teria sido edificada através dos mitos.
Mesmo na atualidade, a despeito de ter a ciência progredido e elucidado alguma parte dos muitos mistérios da vida que assombram a humanidade, os mitos continuam a surgir e a renascer nas reminiscências populares, haja vista que a mencionada perplexidade que acometia o homem primitivo representava não só a crise existencial da humanidade diante do mundo, mas também a do homem diante de si próprio. Essa, aliás, certamente permanecerá, em maior ou menor grau.
Os segredos da alma humana, os sentimentos, medos, desejos, paixões, raivas, a luta contra selvagens instintos (o lobisomem que habita o homem), enfim, tudo aquilo que se encontra no interior da alma

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