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SUSTENTABILIDADE NA CULTURA – DA DIVERSIDADE CULTURAL À SUSTENTAÇÃO FINANCEIRA Liliana Sousa e Silva1

RESUMO: Há alguns entendimentos possíveis para a questão da sustentabilidade na cultura. Esse artigo apresenta um breve panorama de abordagens sobre o tema, partindo das discussões sobre meio ambiente iniciadas na década de 1970, quando a sustentabilidade cultural surge associada ao respeito às diferentes culturas, passando pelas relações entre cultura e desenvolvimento, para chegar à visão de sustentabilidade relacionada aos sistemas e mecanismos de financiamento da cultura. Na segunda parte, a sustentabilidade é vista na perspectiva de um programa público de cultura – o Cultura Viva, lançado pelo Ministério da Cultura em 2004. PALAVRAS-CHAVE: Sustentabilidade da Cultura; Política cultural; Cultura Viva; Desenvolvimento e Cultura; Diversidade Cultural A noção de sustentabilidade da cultura não surgiu de forma isolada; ao contrário, ela vem se constituindo no âmbito de uma discussão mais ampla sobre a questão da sustentabilidade do desenvolvimento e do desafio contemporâneo em assegurar a sustentabilidade da humanidade no planeta, diante de uma crise de civilização de múltiplas dimensões interdependentes: ecológica, social, política, humana, étnica, ética, moral, cultural, entre outras. Para efetuar uma reflexão sobre a questão da sustentabilidade na cultura, podemos iniciar com um rápido olhar para o termo „sustentabilidade‟, que, em uma primeira definição genérica, designa a característica ou condição daquilo que é sustentável, ou seja, passível de sustentação2. Nesse entendimento, sustentabilidade designa o ato ou efeito de dar apoio, conservar, manter algo. Diante do desafio de assegurar a sustentabilidade da humanidade no planeta, houve, nas últimas décadas, uma alteração significativa nas formas de abordagem das questões ambientais. Antes da década de 1970 predominavam as teses de crescimento demográfico e esgotamento dos recursos naturais; em 1972, com a

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