3160 Guilherme Rodrigues Passamani

UM HERÓI GAY: UMA ANÁLISE SOBRE HOMOFOBIA, MILITÂNCIA E MORALIDADE A PARTIR DE MILK – A VOZ DA IGUALDADE

PASSAMANI, G.R. 1 (UFMS-CPNV)
MAIA, L. R., 2 (UFSM)

Resumo

Este trabalho busca analisar a obra Milk – A voz da Igualdade (2009), filme que conta a trajetória do militante homossexual Harvey Milk. Neste texto, que não tem a pretensão de esgotar os olhares sobre a obra fílmica e muito menos, sobre a figura em destaque, apresentamos em um primeiro momento um debate sobre homofobia, uma vez que a trajetória de Milk nos permite entender sua militância ainda que comprometida com os direitos humanos de maneira mais ampla, muito associada, particularmente, à causa homossexual, sobretudo no que diz respeito ao reconhecimento de uma equidade de direitos. Estas questões estão permeadas pelo pensamento e a prática homofóbica. Valendo-nos da obra cinematográfica, buscaremos as conexões devidas. Logo em seguida, como fica evidente no filme, apresentaremos os desdobramentos ou a colonização do pensamento homofóbico, no âmbito de uma moral cristã que o ocidente cristalizou e reproduziu de maneira a construir um mundo bastante compartimentalizado, onde as regras rígidas, estanques e excludentes, encarregam-se de fomentar ódios e estabelecer verdades que recriminam e tornam inumanos muitos grupos sociais.

Estamos saindo para lutar contra as mentiras, os mitos, as distorções. Estamos saindo para dizer as verdades sobre os gays, porque estou cansado da conspiração do silêncio [...] (Harvey Milk).

Introdução

Milk – A Voz da Igualdade é uma produção primorosa. O filme narra a trajetória de Harvey Bernard Milk, um matemático dos Estados Unidos, nascido em Woodmere, em 1930 e vindo a falecer em São Francisco em 1978. Milk transformou-se no primeiro político assumidamente homossexual a chegar a um cargo eletivo nos Estados Unidos. Em 1977 ele sagrou-se supervisor da cidade de São Francisco, representando o recém criado 5º Distrito (Bairro Castro). Foi assassinado no final