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Os sofistas ou a arte de ensinar
Marilena Chauí

Desde o final do séc. XIX os sofistas são considerados os fundadores da pedagogia democrática Sophistés deriva do verbo sophízestai – praticar a sophia que sofre uma evolução paralela ao seu primeiro sentido, passando a significar enganar e lograr ou ser muito astuto., da arte da educação do cidadão. Sofística: um modo de ensino. Sophistés, prática de ensinar para transmitir um saber e sophós perícia em algum ensino ou atividade, o homem dotado de métis (astúcia). Sophistés deriva do verbo sophízestai – praticar a sophia que sofre uma evolução paralela ao seu primeiro sentido, passando a significar enganar e lograr ou ser muito astuto. Sophós passa a significar o sábio contemplativo, dedicado à theoria. O sofista ensina as “artes úteis aos homens” usando a retórica, capaz de persuadir o interlocutor a aceitar o que é dito. Desde o início, a palavra sofista tinha um sentido ambíguo, referindo-se a uma pessoa cuja habilidade para argumentar provocava admiração, espanto(deinotês) e desconfiança.
A sofística não poderia ser um corpo doutrinário transmitido através das gerações, pois todo conhecimento é aprendizagem que depende do professor, do aprendiz e das circunstâncias. O que possuíam em comum eram técnicas de argumentação, o profissionalismo, o convencionalismo, o ceticismo quanto à pretensão da filosofia de conhecer a phýsis como realidade originária e verdade última de todas as coisas.
No século de Péricles, sofista designa, em Atenas, professores profissionais que forneciam instrução aos jovens e davam mostras de eloqüência em público, mediante pagamento. Os sofistas eram criticados por causa do saber específico que ensinavam: a arte da palavra, essencial aos membros de uma democracia. Nos tribunais, o cidadão assumia tanto a defesa de seus direitos como a acusação de um outro que os ferira. O magistrado tinha função moderadora, era um júri popular(sorteado) que decidia a culpa ou a inocência, cabendo ao