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4569 palavras 19 páginas
Crianças e jovens vivendo com HIV/AIDS: Estigma e discriminação

As respostas que vêm sendo construídas para o controle da epidemia de HIV/Aids, em termos globais e nacionais, têm constituído um dos capítulos mais desafiantes, interessantes e inovadores da saúde pública contemporânea. Contudo, ainda está longe de equacionar um de seus maiores desafios: a superação do estigma e da discriminação sofridos pelas pessoas vivendo com o HIV, ou doentes de Aids.
O estigma e a discriminação são processos de desvalorização dos sujeitos, que produzem iniqüidades sociais e reforçam aquelas já existentes. Viver livre do estigma e de qualquer tipo de discriminação é um direito humano básico e que deve ser respeitado. Ser portador do HIV/AIDS não pode e não deve ser motivo para desrespeitar esse direito.
O estigma pode ser dividido, em termos gerais, em duas categorias inter-relacionadas: o estigma sentido e o estigma sofrido. Estigma sentido é a percepção de depreciação e/ou exclusão pelo indivíduo portador de alguma característica ou condição socialmente desvalorizada, o que acarreta sentimentos prejudiciais como vergonha, medo, ansiedade, depressão. Por estigma sofrido nos referimos às ações, atitudes ou omissões concretas que provocam danos ou limitam benefícios às pessoas estigmatizadas. Em poucas palavras, o estigma sofrido é a discriminação negativa, caracterizada como crime no plano jurídico nacional e internacional.
A despeito de suas diferenças, ambos os processos causam impacto na vida dos portadores do HIV, violando seus direitos e interferindo severamente no modo como organizam seu cotidiano, e nas possibilidades de serem felizes, saudáveis e gozarem de boa qualidade de vida.
Esta questão é extremamente relevante para as estratégias de cuidado das pessoas vivendo com HIV e Aids, muito particularmente para crianças e jovens, no seu processo de crescimento, socialização e construção de identidade. Essas crianças e jovens estão constantemente expostas a situações

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