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22840 palavras 92 páginas
O ESTUDO DA ESCOLA SOB A PERSPECTIVA SOCIOLÓGICA
Se a escola ocupou lugar central no pensamento sociológico no exame da re produção social e dos processos socializadores, o modo como essa instituição foi concebida mudou no interior das orienta- ções teóricas ao longo do tempo. Émile Durkheim talvez retrate, como um dos fundadores da sociologia, uma das reflexões mais sistemáticas e consistentes sobre a natureza socializadora da escola, instituição privilegiada para a inserção do indivíduo moderno no espaço público. Preocupado com a integração social em formações sociais marcadas pela solidariedade orgânica, caracterizadas por intensa divisão do trabalho social e efetivamente sujeitas à anomia, o pensador francês diagnosticava a importância da ação socializadora a ser empreendida pelas gerações adultas sobre os imaturos (Durkheim, 1975). Nos estudos posteriores, ao se debruçar. Para Setton, inspirada nas formulações de Norbert Elias em torno dos conceitos de inter- dependência e configuração, a socialização contemporânea seria produto da coexistência, em interdependência, de agências socializadoras, dentre elas a família, a escola e a mídia, configurando uma forma permanente e dinâmica de relação.sobre a insuficiência da diferenciação, traduzida pela intensa divisão do trabalho social como fator de integração social, menos convicto de sua capacidade de gerar a solidariedade social, Durkheim percebe que os grupos profissionais seriam a ins- tância mediadora entre o indivíduo e a so- ciedade, capazes de agenciar a existência do moderno indivíduo moral (Pizzorno, 1977; Martuccelli, 1999). É inegável que, ao definir a vida social pela densidade das trocas morais, Durkheim considerava a moral como essencialmente racional e de fundamento social, pressu- pondo nela três elementos: a disciplina que incide sobre a necessidade da autoridade impessoal e do domínio da regra e da lei na orientação da ação humana; a adesão aos grupos sociais que exprimiria o altruísmo em

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