20140806 RevistaExame

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Revista Exame – 06/08/2014
Para salvar 2016
Edição 1070 – Ano 48 – Nº 14

O ano de 2014 será de crescimento quase nulo – e 2015 não promete ser muito diferente. O que fazer agora para que o Brasil retome quanto antes o brilho perdido
A mitologia popular, cabe a agosto o título de o mais agourento dos meses. Nas últimas semanas, começou a circular o palpite de que ao rim deste mês — para ser exato, no dia 29 — mais uma notícia poderá reforçar a crendice. Para esse dia está programada a divulgação, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística os números referentes ao produto interno bruto do segundo trimestre de 2014 e do primeiro semestre como um todo. O mau agouro é que os dados do IBGE atestem que a economia do país tenha passado a primeira metade do ano em recessão, algo que não acontece desde a crise financeira de 2009. A se confirmar, será a constatação oficial de uma sensação que vai se disseminando perigosamente nas elites econômicas brasileiras: a de que nossa economia está parando.
Nas últimas semanas, os prognósticos de uma centena de instituições financeiras consultadas pelo Banco Central mostraram um quadro de rápida deterioração. O crescimento esperado para este ano já cruzou a barreira do 1% — ficou em 0,9% na última pesquisa do BC. Como esse número vem sendo revisado semanalmente para baixo, muita gente já prevê uma alta de apenas 0,5% do PIB. Com isso, a presidente Dilma Rousseff fechará seu ciclo de quatro anos com um crescimento médio anual inferior a 2%, um dos piores desempenhos de toda a série histórica desde que o PIB passou a ser calculado. "Há um aumento da percepção de risco do
Brasil, resultado de uma longa lista de problemas locais, como crescimento declinante, inflação no topo da meta, juros de 2 dígitos, intervenção em setores como o elétrico e o bancário, falta de investimento em infraestrutura e reformas que não saem da gaveta, como a tributária e a trabalhista", diz William Landers, administrador de ativos na América

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