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BAGNO, Marcos; LAGARES, Xoan Carlos. (Orgs.) Políticas da Norma e conflitos linguísticos. São Paulo: Parábola, 2011.
Maridelma Laperuta-Martins

Resenhar um livro cuja temática central é a formação de normas nas diversas línguas é, para mim, especialmente prazeroso. Primeiro porque é um tema diretamente ligado à minha pesquisa e segundo, porque é possível apresentar, de forma sucinta, questões que são desconhecidas de muitos, como o fato de os “conflitos normativos... [fazerem] parte da história de todas as línguas que passaram em algum momento por esse processo” (p. 10) (grifo nosso). O livro é de organização de Marcos Bagno, da Universidade de Brasília e Xoan Lagares, da Universidade Federal Fluminense. Contém 15 artigos, aos quais se referem cada um dos parágrafos seguintes.

O primeiro artigo, “Variação e Norma Linguística: Subsídios para uma (re)visão”, é o texto escrito por Henrique Monteagudo (Instituto da Língua Galega da Universidade de Santiago de Compostela). A sua escolha para encetar o livro foi bastante acertada, uma vez que o autor faz uma revisão geral (mas não superficial) da Teoria Sociolinguística – enfatizando sua vertente variacionista – versando sobre conceitos que, de uma forma ou de outra, são retomados em todos os outros capítulos do livro. Segundo palavras do autor, este texto “em sua versão original, partia da observação e reflexão do idioma galego; na versão que agora apresentamos, enfocaremos os aspectos mais teóricos” (p.15).

“Ideologias Linguísticas e as Consequências da Padronização” é o título do segundo artigo do livro, escrito por James Milroy (Universidade de Michigan) e traduzido por Marcos Bagno. Trata da “ideologia do padrão”. O assunto não é muito conhecido na comunidade acadêmica e, como o próprio autor desenvolve seu raciocínio no decorrer do texto, não é nada reconhecido. No texto, Milroy vai argumentar a existência de um poder modelador da nossa ideia de língua; a existência de uma crença de que a língua (todas as