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Não obstante o trabalho ter surgido na Terra juntamente com o primeiro homem, as relações entre as atividades laborativas e as doenças permaneceram praticamente ignoradas até cerca de 250 anos atrás.
No século XVI, algumas observações esparsas surgiram evidenciando a possibilidade de o trabalho ser causador de doenças. Assim, como refere Hunter, em
1556, Georg Bauer, mais conhecido pelo seu nome latino de Georgius Agrícola, publicava o livro “De Re
Metallica”,
onde eram estudados diversos problemas relacionados à extração de minerais argentíferos e auríferos, e à fundição da prata e do ouro.
O último capitulo dessa obra discute os acidentes do trabalho e as doenças mais comuns entre os mineiros, sendo destacada, em especial, a chamada “asma dos mineiros”, provocada por poeiras que Agrícola denominava “corrosivas”; a descrição dos sintomas e a rápida evolução dá doença demonstram, sem sombra de dúvida, trata-se de casos de silicose. É ainda Hunter que se refere, onze anos após a publicação do livro de Agrícola, ao aparecimento da primeira monografia sobre as relações entre trabalho e doença, de autoria de Aureolus
Theophrastus Bembastus von Hohenheim, o famoso Paracelso: “Von der
Bergsucht und andreren Bergrankheiten”. Seu autor nasceu e viveu durante muitos anos, em um centro da Boêmia, e são numerosas as suas observações relacionando métodos de trabalho ou substâncias manuseadas, com doenças, sendo de destacar-se, por exemplo, que, em relação a intoxicação pelo mercúrio, os principais sintomas dessa doença profissional ali se encontram assinalados. A despeito de sua importância, estes trabalhos pioneiros permaneceram praticamente ignorados por mais de um século, e não tiveram qualquer influência sobre a proteção a saúde do trabalhador.
Em 1700, era publicado, na Itália, um livro que iria ter notável repercussão em todo o mundo: tratava-se da obra “De Morbis Artificum
Diatriba”, de autoria do médico Bernardino