1ª GUERRA – O FIM CATASTRÓFICO DA BELLE ÉPOQUE

A partir de 1870, a Europa vivia um período de grandes expectativas e esperanças. A revolução industrial estava em curso, novos inventos surgiam o tempo todo, criando uma sensação de superação e progresso inesgotáveis. Avião e o dirigível (Zepelim); motor à explosão; e, assim, o automóvel; transatlânticos (lembrem-se do Titanic!); telégrafo sem fio; telefone; rádio; cinema são apenas alguns exemplos. Novas formas de se vestir, novos parâmetros artísticos, o período da Belle Époque mostrava uma sociedade confiante na sua própria superioridade, baseada na ciência e na tecnologia. Esta noção de superioridade e satisfação, estes novos padrões societários eram reproduzidos fora da Europa, em países como Estados Unidos, Brasil, Argentina, Japão… A Belle Époque era um fenômeno mundial.

O lado sombrio desse desenvolvimento e progresso não era muitas vezes explicitado. A exploração da classe trabalhadora industrial atingia níveis altíssimos, como péssimos salários, jornadas de trabalho desumanas, superexploração do trabalho feminino e infantil, péssimas condições de habitação. A formação de partidos socialistas, a generalização dos sindicatos, as lutas por redução da jornada de trabalho, ampliação do direito de voto e outras conquistas políticas e sociais se encontram inseridas neste quadro geral.

O darwinismo social encobriu com um manto de cientificidade a conquista da África e Ásia, dentro da expansão capitalista em sua fase imperialista. O neocolonialismo transferia riquezas das regiões conquistadas para os centros industriais. Países que chegaram tardiamente à corrida neocolonial, como Alemanha e Itália, procuram de todas as formas encontrar regiões coloniais. O britânico Cecil Rhodes afirmou, em uma combinação de argumentos religiosos, evolucionistas (no mau sentido da expressão) e nacionalistas:

“Considerei a existência de Deus e decidi que há uma boa chance de que ele exista. Se ele realmente existir, deve estar trabalhando em um plano. Portanto, se devo