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Todo mundo já ouviu falar no "jeitinho brasileiro": poder, não pode, mas sempre dá-se um jeito... Muitos até chegam a achar que se trata de virtude a complacência com a qual as pessoas "fecham os olhos" para certas irregularidades e ainda favorecem outras tantas.

Certos "jeitinhos" parecem inocentes ou engraçados, e às vezes até são vistos como sinal de vivacidade e esperteza: por exemplo, quando se fura a fila do ônibus ou do cinema. Ou, então, para pegar o filho na escola, que mal há em parar em fila dupla?

Outros "jeitinhos" não aparecem tão às claras, mas nem por isso são menos tolerados: notas fiscais com valor declarado acima do preço para o comprador levar sua comissão, compras sem emissão de nota fiscal para sonegar impostos, concorrências públicas com "cartas marcadas".

O que intriga nessa história toda é que as pessoas que estão sempre "dando um jeitinho" sabem, na maioria das vezes, que transgridem padrões de comportamento. Mas raciocinam como se isso fosse absolutamente normal, visto que é comum: só eu? e os outros? todo mundo age assim, quem não fizer o mesmo é trouxa; quem não gosta de levar vantagem em tudo?

Os exemplos dados ora são transgressões medianamente graves (como interromper o trânsito na rua), ora são ações claramente imorais (como o roubo do dinheiro público nas concorrências fraudulentas). Em todos esses casos, o "jeitinho" surge como forma autoritária e individualista de desconsiderar as normas da vivência em coletividade.

Não mais considerando apenas o famigerado "jeitinho", ações de outro tipo também podem ser consideradas reprováveis, como mentir, roubar, matar, explorar o trabalho alheio e assim por diante.

Estamos diante dos fatos que pretendemos analisar. Certas ações são objeto de valoração: podemos considerá-las justas ou injustas, certas ou erradas, boas ou más. E, em função de tais avaliações, são dignas de admiração ou desprezo. Porém o que é valorar? O que são valores?

O que é valor

Olhe à sua volta.

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