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O TEMPLO NO LIVRO DO APOCALIPSE

Depois da descida do anjo forte com o livro aberto (cap. 10), uma outra cena de sinal positivo vem contrastar a invasão da cavalaria infernal com que se abre a sexta trombeta: a medição do templo (cf. 11, 1-2). Também esta é uma cena que tem modelos veterotestamentários bem visíveis: especialmente Ezequiel (cf. Ez 40, 3ss) e Zacarias (cf.Zc 2,5ss). Mas é evidente, também neste caso, que João se abebera nos seus modelos não tanto para inspirar-se neles ou imitá-los, quanto para interpretá-los. Também aqui, ao evocar os modelos, introduz variantes. Enquanto neles a medição do templo é descrita com minúcias, aqui vemos apenas a ordem para medi-lo: a execução da ordem não aparece. Além disso, João é avisado para não medir o pátio externo do templo (cf. 11,2). Esse detalhe não só não se encontra nos modelos como também parece supérfluo, uma vez que todos sabiam que aquele pátio não fazia parte do templo propriamente dito, pois tinham acesso a ele até os não judeus e os pagãos. Finalmente, João relaciona estreitamente a presença dos pagãos no pátio externo com as invasões e destruições por eles causadas à “cidade santa”, isto é, Jerusalém e evidentemente ao próprio templo. O sentido global desta cena é bastante claro. A ordem para medir o templo indica, como nos modelos, que aquele lugar é objeto de uma especial predileção divina, foi escolhido pela divindade para ser a sua moradia, o lugar onde tenciona receber o culto de seus adoradores. O templo de que se fala é, evidentemente, o judaico. Sua menção aqui, depois da visão do anjo com o livro aberto, serve para mostrar outro aspecto muito importante da economia antiga, ou seja, o culto. Este aspecto já fora antecipado, de alguma forma, na cena litúrgica que serve de proêmio ao setenário (cf. 8, 2-5). Mas aqui a referência é exata, pois se fala claramente não do templo celeste, mas do terreno, relacionando-o com lugares bem definidos (“a cidade santa”) e circunstâncias

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