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7203 palavras 29 páginas
RESUMO

Atualmente, não se pode pensar no estudo do comportamento humano sem considerar a abordagem científica a este objeto: o campo da Psicologia científica. Esse campo é disputado por diversos enfoques teóricos que divergem quanto ao modo como definem ciência e comportamento humano. A abordagem de B. F. Skinner foi bastante proeminente no século XX, mas ainda continua a ser mal-entendida. Partindo do desenvolvimento histórico de sua obra, o presente texto visa a iluminar alguns aspectos relacionados às noções de ciência e comportamento humano desse autor e ressaltar as transformações por que passaram. Analisam-se três tópicos da obra de Skinner: seu período inicial (de 1930 a cerca de 1938), a obra "Ciência e Comportamento Humano" de 1953, e as influências da Biologia. São enfatizados aspectos relevantes da sua teorização sobre o tema: busca por relações funcionais, ênfase nos dados empíricos, operacionismo, externalismo, multideterminação do comportamento, experimentalismo, previsão e controle, ética.
Em dezembro de 1879, na Universidade de Leipzig, Alemanha, Wilhelm Wundt fundou o primeiro laboratório de Psicologia do mundo. Esse fato é saudado por alguns como o momento de confirmação da independência da Psicologia em relação à Filosofia - seria mesmo a fundação da Psicologia moderna (Schultz; Schultz, 2000). Parece-nos, entretanto, mais apropriado (ou mais preciso) tratá-lo como um marco - mais simbólico do que propriamente histórico - do avanço da ciência sobre um "novo" campo de estudos: aquele da ação humana. Especificamente, ele reflete um processo de aplicação de técnicas que vinham sendo desenvolvidas pela Fisiologia da época a questões que, por séculos, ocuparam filósofos: a natureza da consciência e de seus processos, a percepção, a sensação, as emoções - os processos psicológicos, enfim. A fundação do primeiro laboratório de Psicologia, assim, assinala o início de uma ampla redefinição do modo de se estudar aqueles fenômenos e do próprio

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