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847 palavras 4 páginas
RIBEIRO, Renato. Medo e esperança em Hobbes.
Hobbes não aceita a ideia de que os homens são naturalmente sociável, rompendo com a concepção de Aristóteles. Não se trata de uma aversão à companhia do outro, mas que é necessário um poder capaz de manter a todos em respeito, com base na manipulação do medo.
Há três principais modos do medo em Hobbes: o medo da morte violenta (medo que todos têm um do outro), o medo do poder de Estado (temor reverente às ordens e leis do governante) e o medo da morte natural ou ao que vem depois dela (ligado à questão religiosa). Em razão de o despotismo fundar-se no princípio do medo, associa-se, erroneamente, Hobbes à promoção dos governos déspotas.
Entretanto, o poder hobbesiano se exerce pelo medo pelo fato de que, ao contrário dos regimes constitucionais, não cabe aos súditos destituir ou limitar o soberano. O poder em Hobbes é visto como monárquico, de modo que, unindo o governante ao soberano, impede-se o funcionamento do sistema de pesos e contrapesos proposto por Montesquieu, que consistia na divisão de poderes entre executivo, legislativo e judiciário, sendo que nenhum deles detém soberania ou esgota o poder. Sob a perspectiva de que o poder tem a tendência de corromper (sendo que o absoluto corrompe ilimitadamente), é necessário tal divisão dos poderes para que um mal freie o outro.
Apesar de concordar que o poder seja venenoso, Hobbes discorda da divisão dos poderes em razão de acreditar que nada pode ser maior que o veneno que todos os humanos podem destilar uns contra os outros. Assim, para que reine a paz é preciso que haja um poder supremo, em condições de evitar que um indivíduo ataque o outro, pois contra isso serão impostas consequências mais severas do que qualquer benefício trazido pelo ataque. Dessa forma, o poder não pode estar subordinado a nada e não pode ser dividido.
Hobbes defende o absolutismo, mas admite a democracia e a aristocracia.
São três as causas da guerra de todos contra todos, segundo Hobbes: a

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