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Humanismo
Movimento espiritual que constituiu a base ideológica do renascimento europeu e que se caracterizou pela redescoberta e valorização do patrimônio cultural da antiguidade Greco-latina, assim como pela tentativa de solucionar os grandes problemas do homem a partir de uma reinterpretação da civilização cristã.
Se bem o mundo clássico não tenha sido totalmente desconhecido para o homem medieval, o humanismo renascentista adotou uma nova atitude perante os cânones, distanciando-se deles para assim julga-los e imita-los, racionalmente favorecido pelas contribuições muçulmanas através da Espanha e pela chegada a Itália dos representantes culturais procedentes de Bizâncio, profundos reconhecedores do mundo grego, o humanismo já tivera alguns prenúncios na Idade Média: o renascimento carolíngio do século VIII, e a obra de figuras como João de Salisbury, Abelardo, Dante, Boccaccio e, sobretudo, Petrarca, considerando o protótipo do humanista.
Os estudos mais recentes situam em Avinhão o primeiro elo ideológico que conduzira a Europa ao renascimento: é a época em que o papado se encontra nessa cidade francesa onde se reúne numerosos italianos pré-humanista, partidários do poder do papa e não do imperados.
No século XIV foi nomeado papa um aragonês Pedro de Luna que adotou o nome de bento XIII, e com ele foram para Avinhão muitos espanhóis, que ali entraram em contato com o Petrarca. A revitalização do mundo clássico configurou-se como uma atitude filosófica cientifica a partir do esmerado tratamento das fontes literárias e escriturais, seguido por uma imitação seletiva e critica dos clássicos. Paralelamente se desenvolveram tentativas de libertar o individuo das rígidas normas do cristianismo medieval, acompanhadas de um novo interesse pela natureza e pela a afirmação do eu como centro diretor do universo: se numa primeira fase o humanismo pode implicar um ataque ao obscurantino medieval, mais tarde ele se converteu num esforço para conciliar a problemática