121316165116

5833 palavras 24 páginas
Luciana Correia Coelho

Relatório de Pesquisa

Iniciação Científica
2003
Orientadora: Márcia Cançado

Faculdade de Letras / UFMG

Relatório de Pesquisa
Autor: Luciana Correia Coelho
Data: Março/ 2003

Passivas e restrições semânticas: verbos estativos
1. Introdução
A pesquisa sobre as construções passivas feitas com a classe dos verbos estativos e as possíveis restrições semânticas a sua realização pertence a um projeto maior denominado “Passivas e restrições semânticas” que aborda outras cinco classes de verbos na construção das passivas.
Esta pesquisa faz parte de um trabalho de iniciação científica desenvolvido sob a orientação da professora Márcia Cançado.
Através deste trabalho, pretendemos estudar a propriedade sintática
“passivização” à qual apresenta restrições na construção de suas sentenças que não possuem explicações dentro da sintaxe, mas possivelmente, e esta é a nossa hipótese, dentro de sua estrutura semântica. Assumimos, portanto, a semântica como um componente de projeção da estrutura sintática e, principalmente, como um componente essencial na estruturação de sentenças da língua.
Como é de nosso conhecimento, a regra sintática para se obter uma construção em voz passiva prevê uma sentença de origem em voz ativa que apresente a seguinte organização sintática: sujeito + verbo + objeto direto, em que é necessário, portanto, a presença de um verbo transitivo direto. Observe-se o exemplo abaixo:
(1) a. Paulo comeu o bolo.
Na construção da passiva o objeto direto se desloca para a posição do sujeito, o sujeito se desloca para a posição do objeto, antecedido pela preposição por (ou suas formas contraídas com artigos), e o verbo adquire a forma de uma locução (verbo ser + particípio do verbo principal):
(1) b.O bolo foi comido por Paulo.
Entretanto, observando o exemplo abaixo, percebemos que não somente a presença de um verbo transitivo direto, ou seja, uma regra sintática, garante a construção de uma
passiva:

Relacionados