09484942474

9237 palavras 37 páginas
PESQUISAS COM CÉLULAS-TRONCO:
ASPECTOS CIENTÍFICOS, ÉTICOS E SOCIAIS

Seminário
Instituto Fernando Henrique Cardoso
São Paulo, 30 de Novembro de 2004

Marco A Zago1 & Dimas T Covas2

Parte 1 – Fundamentos da Terapêutica com Células-Tronco
Parte 2 – O Debate sobre as Células-Tronco
Parte 3 – Resumo e Conclusões

1

Professor Titular da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto Universidade de São Paulo,
Coordenador do Centro de Terapia Celular (CEPID financiado pela FAPESP). Fax
(016)2101.9309. e-mail: marazago@usp.br
2

Professor Associado da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto Universidade de São
Paulo,
Pesquisador do Centro de Terapia Celular. Fax (016)2101.9309. e-mail: dimas@fmrp.usp.br Zago e Covas – Células tronco: aspectos científicos, éticos e sociais

2

Parte 1

Fundamentos Científicos da Terapia com Células-Tronco
Células-tronco diferem de outras células do organismo por apresentarem três características: a) são células indiferenciadas e não-especializadas, b) capazes de se multiplicar por longos períodos mantendo-se indiferenciadas, de forma que um pequeno número pode originar uma grande população de células semelhantes, c) são capazes de se diferenciar em células especializadas de um tecido particular.

Células-tronco somáticas
As primeiras células-tronco bem caracterizadas foram as progenitoras das células do sangue. As células maduras e diferenciadas do sangue exercem funções essenciais para a manutenção da vida: as hemácias (= glóbulos vermelhos) transportam oxigênio, neutrófilos e monócitos fazem a defesa contra microorganismos, linfócitos são intermediários nos processos de imunidade e as plaquetas participam da hemostasia, que se contrapõe à perda sangüínea após lesão de vaso ou tecido. Todas essas células têm uma vida limitada em circulação, de algumas horas a alguns meses. Já na década de 1940 sabia-se que na medula óssea existem células indiferenciadas que repõem as células maduras do sangue

Relacionados