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3899 palavras 16 páginas
A Filosofia na América Latina: uma leitura do seu desenvolvimento
Diversos filósofos latino-americanos tentaram, ao longo do século XX, forjar uma identidade local para a produção de idéias e refletir sobre os problemas da região

POR ANTÔNIO VIDAL NUNES
Embora façamos fronteira com várias nações latino-americanas, nosso desconhecimento é quase absoluto das atividades filosóficas que se desenvolvem nesses países. Continuamos a fazer Filosofia olhando para a Europa e de costas para o nosso continente. Quando observamos as publicações filosóficas que temos, constatamos a quase inexistência de livros destinados a revelar o labor reflexivo dos filósofos da região.
O mesmo ocorre quando também estendemos nossos olhares sobre os vários currículos dos inúmeros cursos de Filosofia no Brasil: raros são os que constam em seus currículos disciplinas filosóficas que versem sobre a reflexão filosófica na América Latina. Em alguns, nem mesmo matérias destinadas à Filosofia no Brasil são encontradas.
Quando investigamos nossos centros e instituições voltadas para a pesquisa filosófica podemos encontrar grupos e linhas de pesquisas voltadas para a filosofia francesa, alemã, norte-americana, etc., mas nenhuma etiqueta que revele preocupações com o que se produz no Brasil e adjacências. Não que no Brasil não existam pensadores interessados na Filosofia em nosso continente. Pelo contrário, poderíamos citar entre eles Sírio Lopes Velasco, Jesus E. Miranda Regina, Antônio Sidekum, Antônio Rufino, Luigi Bordin, Ricardo Timm de Souza, José Sotero Caio, Roque Zimmermann, José Luiz Ames, Gabriel Lomba Santiago, Giuseppe Tosi, entre outros.
A questão que se impõe é a seguinte: o que justificaria tamanho esquecimento? Embora reconheçamos o peso e a importância da tradição européia nesse campo do saber, não seria justo dizer que a Filosofia é sempre uma atividade que tem como ponto de partida a própria vida? Estaríamos condenados a fazer Filosofia da Filosofia? Certamente não há como

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