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4879 palavras 20 páginas
RELAÇÕES CIDADE-CAMPO: DA OPOSIÇÃO ENTRE A CIDADE E O CAMPO AOS TERRITÓRIOS DA CIDADANIA

Raquel Carvalho de Arruda
Mestranda em Geografia
Universidade Estadual Paulista – UNESP/Presidente Prudente
Bolsista CNPq raquelzinha.arruda@gmail.com INTRODUÇÃO
As relações cidade-campo sempre ocuparam a pauta acadêmica, porém não de maneira linear e consensual. A centralidade desse tema ganhou força nas décadas de 1980 e 1990. Nelas, o processo de redemocratização do país, o desenvolvimento da comunicação e dos transportes, bem como a intensificação do agronegócio, entre outros, incrementaram as relações cidade-campo. Dessa maneira, ampliou-se a diversificação do tipo de atividades realizadas no campo até então restritas ao agrícola.
Para a compreensão dessa nova dinâmica, vários parâmetros foram estabelecidos, assim como visões divergentes discutidas sobre a dominação ou complementação entre a cidade e o campo. Ao mesmo tempo, intensificaram-se também os questionamentos sobre suas definições. Exemplo disso é o caso das críticas sobre a conceituação de cidade formulada em 1938 pelo Decreto-Lei nº 311, assim como a idéia de atraso e pobreza tradicionalmente associados ao campo. O aquecimento dessa discussão ampliou-se entre outros segmentos sociais. Estes, organizados, influenciados também por modelos europeus e ávidos pela possibilidade de compartilhar da construção de novos modelos de política pública participativa, lutaram por mais espaço nesse debate. Dessa maneira, o recorte territorial foi ganhando espaço à medida que foi se configurando em escala intermediária de planejamento para viabilizar o diálogo com a sociedade civil sem perder de vista as metas nacionais do Estado. A constatação da relevância das relações cidade-campo favoreceu a sua incorporação no desenho da política pública de perspectiva territorial. Assim, o presente trabalho procura entender o percurso do debate sobre o estreitamento das relações entre a cidade e o campo até a apropriação dessa

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