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5594 palavras 23 páginas
CAPÍTULO 11

CONSIDERAÇÕES FINAIS: TRANSIÇÃO PARA A VIDA ADULTA
OU VIDA ADULTA EM TRANSIÇÃO?

Ana Amélia Camarano
Da Diretoria de Estudos Macroeconômicos do Ipea

Na introdução deste livro, apresentou-se a sua pergunta principal: “transição para a vida adulta ou vida adulta em transição?”. A colocação dessa questão se deve ao debate posto na literatura sobre a “crise dos jovens” e o adiamento/prolongamento do processo de transição para a vida adulta. Considera-se que esse debate encara a juventude e os seus processos como se fossem desvinculados das demais fases da vida e das transformações pelas quais estas também passam. Como apontado no capítulo 2, transformações em todo o ciclo da vida estão em curso na sociedade brasileira. Transformações estas que atingiram homens e mulheres, os vários grupos étnicos e populações das regiões do país, de formas e ritmos diferenciados. Portanto, assumiu-se que pensar a transição para a vida adulta requer pensar a vida adulta, ou melhor, todo o ciclo da vida. Assumiu-se, também, que incertezas e riscos não são características apenas da juventude, mas fazem parte de toda a vida.
A partir de uma análise que buscou conhecer algumas das trajetórias dos jovens brasileiros, colocam-se diversas questões, tais como: os “problemas” que enfrentam os jovens de hoje no seu processo de transição são inerentes ao processo de transição para a vida adulta? As mudanças experimentadas pela sociedade brasileira foram generalizadas para toda a população ou afetaram de forma diferenciada os jovens? Se sim, de que forma? O que diferencia o jovem no enfrentamento dessas mudanças em relação aos demais segmentos? Por fim, como essas transformações repercutiram nos timings da transição: esta se alongou ou se encurtou?
A análise proposta para este livro se inicia, no capítulo 2, apresentando os movimentos em direção aos principais eventos sociais do ciclo da vida. Entre o nascimento e a morte, freqüenta-se a escola, trabalha-se,

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