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5410 palavras 22 páginas
Daniel Buren. Photo-Souvenir: Peinture-Sculpture,
1971. Vista da instalação, Museu Solomon R.
Guggenheim, Nova York.

Da crítica às instituições1 a uma instituição da crítica
Andrea Fraser

Quase 40 anos após sua primeira aparição, as práticas atualmente asTradução Gisele Ribeiro.
1 Se, no original, “the critique of institutions” nos remete à “the critique of pure reason” e demais “críticas” kantianas, poderíamos levar em consideração a tradução dos títulos de
Kant para o português, como “Crítica da Razão Pura”, e utilizar “crítica das instituições”.
No entanto, optamos pela expressão “crítica às instituições” ao longo de todo o texto, por nos parecer mais esclarecedora. (NT)
2 O texto se refere à entrevista publicada na
Artforum de maio de 2005. Daniel Buren, Olafur Eliasson, In Conversation: Daniel Buren
& Olafur Eliasson, Artforum, vol. XLIII, n. 9, maio 2005, p. 208-214. (NT)
3 Expressão de nojo em inglês. (NT)

sociadas à “crítica institucional” parecem estar, para muitos, bem... institucionalizadas.
Só na última primavera, Daniel Buren retornou com uma importante instalação ao Museu
Guggenheim (responsável pelas famosas censuras a seu trabalho e ao de Hans Haacke em
1971); Buren e Olafur Eliasson discutiram o problema que permeia “a instituição” nas páginas desta revista;2 e o Museu de Arte do Condado de Los Angeles – LACMA abrigou a conferência Institutional Critique and After. Outros simpósios planejados para o centro
The Getty e a conferência anual do College Art Association, junto com um número especial de Texte zur Kunst, podem muito bem demonstrar a conseqüente redução da “institutional critique” a seu acrônimo: IC. Ick,3 ou melhor, eca!
No contexto de exposições museológicas e simpósios de história da arte como esses, nota-se cada vez mais que a crítica institucional vem sendo tratada com o inquestionável respeito freqüentemente atribuído a fenômenos artísticos que atingiram certo status histórico. Esse reconhecimento,

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