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Os objetivos deste artigo limitam-se ao estudo de alguns aspectos essenciais do texto de Walter Benjamin, "Sobre o conceito da História (1)".
Apresentarei, de forma sumária, um estado atual dos estudos sobre o texto, proporei algumas abordagens específicas e, ao final, ressaltarei qual sua inserção no contexto historiográfico contemporâneo.
Não se trata de apresentar dados biográficos, ademais bastante conhecidos, mas de ressaltar características de construção da personalidade de Benjamin que esclareçam sua obra. Neste sentido, tendo nascido em família judia, em 1892, na capital do Reich, pôde usufruir de uma formação fortemente influenciada tanto pela filosofia alemã como pela cultura rabínica. Quanto à primeira, Benjamin obteve título de graduação em
Filosofia já em 1912, o que explica, de imediato, o peso da tradição hegeliana presente em sua obra, além do conhecimento diversificado da produção filosófica alemã. Ainda pelo mesmo motivo, explica-se a ausência de referências, em seus trabalhos, externas a este ambiente cultural prevalecente nos Mitteleuropäische Länder (grosso modo, a área da Europa central de fala e escrita acadêmica alemã), exceção feita à
França. Quanto ao segundo aspecto, duas características centrais de sua obra enraízam-se na cultura judaica ashkenazi, em particular, o messianismo e a presença da Trauerlichkeit, ou melancolia, como elementos centrais da visão do passado. Ambos aspectos serão tratados mais adiante.
Ainda no nível pessoal, caberia lembrar sua amizade com duas personalidades: Bertolt Brechte Gershom Scholem. Este último, com A idéia messiânica no judaísmo (2), obra maturada, em parte, em conversas com Walter Benjamin, influenciaria o amigo de uma forma especificamente hebraica, em contraste com a ausência de qualquer judaísmo em Marc Bloch (3). Perseguidos ambos por serem de família judia, teriam reações opostas, aproximando-se Benjamin do messianismo judaico e

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