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“Paulo, conte para mim o que é o pragmatismo, mas de modo simples” – esta é uma das perguntas freqüentes que me fazem, via internet ou pessoalmente. Caso eu fosse outro tipo de filósofo, eu diria o que se popularizou falar de Aristóteles ao ensinar Alexandre:”não há atalho real na filosofia”. Há de se amassar o barro, aprender muita coisa antes de conseguir definições simples – é assim que muitos filósofos pensam. Outros, ainda, imaginam que nem mesmo amassando o barro!As respostas sempre serão complexas no campo filosófico. Mas, nós pragmatistas, não pensamos assim.

Imaginamos que há inúmeras respostas complexas na filosofia. Mas sabemos que uma parte delas pode ser colocada de uma maneira útil para os que não fazem do seu negócio a filosofia. Assim, para nós pragmatistas, o pragmatismo pode ser mostrado ao leigo em filosofia, como qualquer outra doutrina filosófica também pode.

O pragmatismo não é uma doutrina da utilidade. Nem é uma doutrina que diz que a verdade é o útil. Quem diz isso é vítima da simplificação. Ou seja, não conseguiu explicar corretamente pois, ao querer ser didático, acabou errando. Ou, talvez, tenha feito tal coisa para, depois, com mais facilidade, criticar o pragmatismo. Afinal, o pragmatismo é uma filosofia nativa dos Estados Unidos, e há várias pessoas que vêem os Estados Unidos como os gauleses de Axterix olham para os romanos: os tomam como imperialistas violentos, e tolos, ingênuos. Mas como Axterix é um personagem de ficção, o melhor é voltar ao campo real e tomar o pragmatismo como uma filosofia autêntica, e não o embrulho de preconceitos que muitos colocam em suas próprias cabeças para ... não filosofar de modo algum (e, em geral, muitos que se dizem filósofos, são os que menos filosofam, pois estão carregados de preconceitos).

A doutrina pragmatista pode ser explicada a partir do exemplo de Sartre, na célebre conferência “O existencialismo é um humanismo”. Ele diz ali que quando alguém procura um padre para obter resposta

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