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Crise no Paraguai

O Senado do Paraguai condenou nesta sexta-feira (22) o presidente do país, Fernando Lugo, no processo político "relâmpago" aberto contra ele na véspera e encarado pelo governo e pela comunidade de países sul-americanos como um golpe. O placar pela condenação e pelo impeachment do socialista foi de 39 senadores contra 4, com 2 abstenções. Eram necessários dois terços dos votos dos senadores para confirmar o afastamento. A Constituição prevê que ele seja afastado imediatamente e que o vice-presidente, Federico Franco, cujo partido recém rompeu com o governo, assuma o cargo e o cumpra até o fim do mandato, que termina em 2013. A notícia do impeachment foi recebida sob protesto por manifestantes que ocupavam a praça em frente ao Congresso e que consideraram que houve, na verdade, um golpe contra o presidente. Houve confusão e tentativa de invadir o prédio, reprimida pela polícia. Pouco antes da divulgação do resultado, um grupo de jovens bloqueou a rua em frente à residência oficial do vice-presidente do Paraguai, Federico Franco, nesta sexta-feira (22), em protesto contra o julgamento político do presidente Fernando Lugo, e houve confronto com a polícia. Em discurso, Lugo afirmou que aceitava a decisão do Senado. Ele pediu que seus partidários façam manifestações pacíficas e que "o sangue dos justos" não seja mais uma vez derramado no país. "Submeto-me à decisão do Congresso", disse em discurso no palácio presidencial. "Mas a história paraguaia, e sua democracia, foram feridas profundamente."
Manifestantes após o anúncio do impeachment de Lugo nesta sexta-feira (22) em Assunção (Foto: Reprodução) Lugo, acusado de "mau desempenho de suas funções" pelo parlamento dominado pela oposição, decidiu não comparecer ao julgamento e apenas enviou sua equipe

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