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3317 palavras 14 páginas
SR. TROVÕES:
POLIFONIA E DIALOGISMO EM “O MENINO DO DEDO VERDE”
Mariana Maciel dos Santos Souza (UEMS)1

RESUMO
O objetivo deste trabalho é analisar o caráter polifônico e dialógico da personagem Sr.
Trovões no sétimo capítulo de "O menino do dedo verde": o da lição de ordem e de cidade.
Esse livro foi escrito por Maurice Druon e publicado em 1957, na França
Palavras-chave: o menino do dedo verde, Sr. Trovões, polifonia, dialogismo.

Partindo do título deste trabalho, definimos o roteiro do presente estudo. Inicialmente, faremos um resumo da narrativa, visando apresentar e convidar à leitura da obra infantojuvenil de Druon. Em seguida, discorremos sobre nosso embasamento teórico, os princípios da análise do discurso propostos por Bakhtin. Por fim, focaremos o capítulo sete de “O menino do dedo verde” para alcançar a proposta do presente. Nesse capítulo, Tistu é confiado, para aprender sobre a ordem e a cidade, ao Sr. Trovões, que aí aparece pela primeira vez na obra e podemos perceber as marcas que caracterizarão seu papel na narrativa.

APRESENTAÇÃO DA OBRA
No primeiro capítulo de “O menino do dedo verde”, lemos que o nome do protagonista é João Batista mas que, devido aos gritos de protesto do menino por ser assim chamado, as pessoas não conseguiam mais pronunciar seu nome e puseram-se a chamá-lo de Tistu (DRUON, 1994: 6). A partir deste capítulo, podemos notar a voz crítica e irônica do autor ao falar das idéias pré-fabricadas que os adultos têm e defendem, situação que se repetirá ao longo da narrativa. A seguir, temos a descrição física do garoto, seus pais e casa. Aquele tinha cabelos louros e crespos na ponta, olhos azuis e faces rosadas (Druon, 1994: 11). O pai, Sr. Papai, “tinha os cabelos negros cuidadosamente fixados com brilhantina; era alto e se vestia com apuro;

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Acadêmica do terceiro ano de Licenciatura em Letras / Inglês.

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não se via grão de poeira na gola de seu paletó, e perfumava-se com água-de-colônia”

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