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A utilidade dos “Vadios”, na América Portuguesa, sobretudo, na região das minas, entre os séculos XVII e XVIII

(...) as conquistas marítimas tiveram um papel muito importante na absorção dos mendigos e vagabundos da metrópole, muitas vezes recrutados a força para fazerem serviço militar nas possessões de além-mar. A jurisprudência selvagem de Portugal no Antigo Regime sentenciava multidões de pequenos larápios e outros infratores com prisão e exílio: todo navio que partia para o Brasil, Índia ou África trazia, sobretudo no século XVII, a sua quota de degredados. (SOUZA, 1986, p. 84)

Resumo “(...) a miséria, a vagabundagem, o desnível entre as condições de vida dos homens existiram desde cedo, dela escapando apenas as sociedades primitivas. As guerras, as grandes intempéries climáticas, as epidemias de doenças misteriosas sempre contaram entre os principais agentes causadores de indivíduos socialmente desclassificados (...)” (SOUZA, 1986 p 7). Proponho neste ensaio mostrar como se deu o trabalho dos “vadios” na América portuguesa, sobretudo na região das minas, entre os séculos XVII e XVIII no período da América portuguesa, enfocando formas de participação social, entre resistências e conflitos vigentes no período.

Introdução

De acordo com Laura de Mello e Souza (1986), as grandes transformações ocorridas ainda no período da Idade Média, marcaram a concepção moderna de pobreza. O século XVII seria o período em que ocorreram grandes viradas ocasionadas pelo desenvolvimento urbano, seguido das variações econômicas, desencadeando o problema da miséria e da vergonha social. A humanidade medieval não reconhecia a miséria como um problema de ordem social porque a preocupação destes não deveria estar em se igualarem as classes dominantes, mas, na salvação da alma; a miséria terrena traria riquezas celestes. Ao que pontua Souza (1986), as transformações estruturais no sistema feudal somaram-se ao que classifica como “economia da salvação”,

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