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Ela entrou na tua vida de forma abrupta e lá se foi mantendo, ninguém sabe como.
As memórias por vocês partilhadas ascendem às centenas e queles segredos só teus, que julgavas não conseguir contar a mais ninguém e que iriam estar sempre contigo, foram debitados, em momentos de fraca sobriedade, em forma de narrativa, com comentários e opiniões dela, sem nunca te julgar. E soube bem, soube tao bem deixar cair aquele peso que carregavas nos ombros e que jamais o terás de suportar sozinho.
Tu és humano, erraste demasiado no passado, mas para ela nada disso interessa. Há um dia em que o teu sorriso para ela se orna de forma diferente. Ela, de tanto te conhecer, pergunta o que se passa, dá-te uma palmada e diz para te animares, com o habitual brilho no olhar enquanto passa a mão pelo cabelo, cabelo que ela cortou, e que tu deste conta, mas não tiveste a coragem para lhe dizer que lhe ficava tao bem. Começas a ficar longe dela. É estranho. Não gozas com ela quando ela faz algo ou quando diz algo estupido. Ela é assim, sempre foi, mas agora ainda é mais. Demoras a responder-lhe, tens especial atenção com as palavras que escolher e começas a ter suores frios quando ela se encosta a ti. Tudo nela te encanta, desde as roupas que escolhe, a forma como se senta, o odor do perfume que te fica no olfato durante dias e reconheces á distancia e o seu rico fácil, soberbo e cativante, digno de ser mais uma das maravilhas do mundo.
Começas a pensar no que se passa, começas a reparar que nada esta como dantes, mas que não é culpa dela, é tua, toda tua. Sabias desde o início quem ela era, que não podias abrir esta caixa de pandora que agora tarda em se fechar, que não podias entrar num caminho como este, que tantas vezes já o percorreste e que poucas vezes saíste ileso e feliz. Queres-lhe dizer, mas acobardas-te, porque ela é diferente. Contas cada segundo para voltar a estar com ela, mas, ao mesmo tempo, odeias cada pedaço de tempo em que a tens perto de ti por não poderes fazer o

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