Sodomia

que levou Isabel da Fonsequa, a denunciar perante o visitador a relação nefanda dessas duas mulheres, que segundo relatos da própria Francisca, já era um amor antigo, vindo de Portugal ainda e que aqui no Brasil encontrou, de certa, forma, liberdade de se manifestar, mas também escândalos, violência e um final nada romântico para essas duas amantes de Lesbos. A sexualidade na colônia já é um assunto bastante discutido dentro da historiografia brasileira, vide Gilberto Freyre e seu livro Casa Grande e Senzala, livro que serve de base para diversos estudos acerca do assunto, contudo, no tocante à sodomia feminina, os estudos são, em tese, escassos, pois quando se discute sodomia no Brasil quinhentista, foca-se muito nos somíticos do sexo masculinos, claro que existe explicação, pois diferentemente dos casos “homossexuais” femininos, a quantidade de processos, denunciações e documentos1 em que os sodomitas são citados ganham em quantidade absurda aos casos de Sodomia Foeminarum. Por sorte, dentro da historiografia do gênero, existem estudiosos que se empenharam e ainda se esforçam para tornar claros os casos de nefando entre mulheres. Dentre eles, está Ligia Bellini, que é autora de A Coisa Obscura: Mulher, Sodomia e Inquisição no Brasil Colonial, Ilana Novinsky, Ronaldo Vainfas, Luiz Mott e Mary Del Priore, esses são os principais. Nada mais importante que traçar um quadro acerca da sodomia feminina aqui no Brasil, quadro esse não tão longo, visto que há poucos casos…