Relatório do Texto Técnico "Corpo Cênico, Estado Cênico"

“Corpo Cênico, Estado Cênico”, de Eleonora Fabião

“Corpo Cênico, Estado Cênico”
Eleonora Fabião é uma atriz performática e uma teórica da performance. Durante os anos 90, ela atuou como membro de duas companhias de teatro experimental no Rio de Janeiro – a Ko Produções (dirigida por Ivana Leblon) e o Centro de Demolição e Construção do Espetáculo (dirigido por Aderbal Freire Filho). Em 1999, ela concebeu e interpretou o solo “Alice” – uma adaptação de “Alice no País das Maravilhas” e “Através do Espelho”, de Lewis Carroll, com a colaboração do músico Hermeto Pascoal e do escultor Waltércio Caldas. Desde o ano de 2000, Fabião tem pesquisado e criado peças de arte performáticas. Ela já apresentou obras no Brasil, E.U.A, México, Peru, França e Alemanha. Ela tem um mestrado em História Social da Cultura e está concluindo o seu PhD em Estudos da Performance na New York University, patrocinada pelo Capes. Desde 1997, Fabião tem trabalhado como Professora Assistente de Teoria da Atuação e Performance na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Em 2004, ela tornou-se Professora Titular do curso de Direção Teatral da UFRJ, onde leciona cursos sobre Estudos da Performance.
No geral, o texto “Corpo Cênico, Estado Cênico” propõe uma reflexão sobre a construção do corpo na contemporaneidade, a partir de uma aproximação entre o corpo cênico do ator/performer e o corpo do sujeito social. Pensa-se o corpo enquanto criação de um sujeito performativo, capaz de agir sobre o mundo.
Segundo Fabião, o corpo cênico está cuidadosamente atento a si, ao outro, ao meio; o sujeito não possui um corpo, ele é um corpo. O mundo não é ocupado pelo corpo, ele é uma de suas dimensões. A atenção é uma forma de conexão sensorial e perceptiva, tornando-se assim uma pré-condição da ação cênica; uma espécie de estado de alerta distensionado que se experimenta quando os pés estão firmes no chão, enrizados de tal modo que o corpo pode expandir-se ao extremo sem se esvair.
A autora